segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Madrugada, esta madrugada mesmo. Contei a um amigo que fiz um blog, ao que ele me respondeu que achava isto de ter um blog um tanto quanto... banal. Ora, ora... banal, pensei. Há que se pensar no que não é banal nesta vida. Longe de mim generalizar pura e simplesmente. Mas creio que, a despeito de opiniões contrárias, um blog – em si -, não tem absolutamente nada que o torne banal. Em absoluto, o que seria da arte, o que seria artístico, se aceitarmos que o banal impera, irremediavelmente? Portanto há, no mínimo, ínfimo que seja, algum espaço pro remédio... para o estranhamento. Cabe-se enquanto ferramenta, instrumento, artifício. E no meu caso, foi exatamente isso. A idéia de criar um blog foi um artifício mesmo para me policiar a escrever, coisa de que gosto muito, mas acabo deixando que outras ‘prioridades’ [não por opção minha] tomem a frente de prazeres mais caros. Exercitar a escrita pede algo de íntimo e também de deixar-se invadir, deixar-se levar pela escrita, pelos pensamentos que fluem enquanto o autor se torna mera mão que traduz em palavras. A arte, seja ela de que área for [fotografia, teatro, literatura, etc, etc, etc...], gera freqüentes discussões – o meio acadêmico que o diga – acerca do que se denominar artístico. O quê torna determinada obra artística e outra não? Penso que o sentimento de estranhamento que nos causa pode ser uma possibilidade. O aproximar-se, gostar, ao mesmo instante em que se estranha, intriga-se. Recentemente, cerca de um mês atrás, participei de uma oficina de cinema. Não mera interpretação de simbologias e caracteres, elementos inseridos no filme; mas um questionamento [logicamente sem grandes pretensões a uma resposta unívoca], sobre o que se considerar arte. De modo bastante resumido, decorre desta oficina os meus dizeres sobre o estranhamento, o encontro com algo que não nos é corriqueiro, [banal], é o que nos instiga expressão de estranhamento e o interrogar-se sobre a obra. Desta oficina e outras leituras, vivências e experimentações, permiti-me pensar sobre caracteres subjetivos e outros, um tanto mais objetivos, dos elementos que norteiam a classificar-se arte ou não. Curioso, difícil chegar a algum consenso. Entretanto, estaria a arte puramente submetida ao julgo individual?

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