sábado, 10 de dezembro de 2011

Tem servido de canto esta entoada em descanso, pedindo pra não se atrasar. Mas tem este desconcerto em notas, partindo as portas, rangendo estas contas no meu pensamento. Estas batidas de todos os dias virando canções, virando ritmo,

domingo, 4 de dezembro de 2011

É vendo a exposição 'Cidade Adoniran', no Sesc Consolação, que começo a me perguntar de mim, outra vez, outro tempo, de minha inspiração [?!]. O que faço do que fiz dos sentidos que se atravessam em mim?
Devo fazê-los ressoar.
De outra volta, esta nova descoberta, Manoel de Barros e o desprendimento do que quer que seja, e não se o sabe, essa tal inspiração.
Tenho de ensaio uma saída.
Captada pelas fotografias de São Paulo musicadas em trilhas recortadas, de músicas do pai do samba paulistano, isto é contemplação.
Fazia tempo que eu não escrivinha? Nem tanto. Nem fazia tanto também que algo me prendia. Fazia, sim, um tanto que algo não me capturava em sua novidade recorrente, ressoante em mim. Penso sobre este nome, lugar que situa o sesc - Consolação. Quen há de ter nomeado?
Não posso deixar de lembrar da música de Tom Zé, que em tom de pesar, ritma o alívio por ter ocorrido, entre a Augusta e a Angélica, de nascer a Consolação.
Parecem duas cidades diferentes. Há tanto espaço. As pessoas sentadas em poltronas confortáveis cochilando. A pressa foi embora, à barraram na porta e não deixaram-na entrar aqui. E eu, depois de ficar hipnotizada olhando a 'Cidade Adoniran', vendo São Paulo pelos olhos do artista Otávio Valle e 'ouvidando' o acompanhamento do sambista; agora observo os transeuntes e os dorminhocos. Espero a fome chegar para almoçar e me distraio pensando em mim mesma escrivinhando estas linhas. Esta Terra da garoa que me aguarda, que me agrada. Me sinto em meu lugar.
Observar sem querer entender. Sem pensar em nada. Deixar que a coisa fale por si. É como ler repetidamente algo que não se está compreendendo, um parágrafo. Num determinado momento ele se dirá - é como vencê-lo pelo cansaço. É uma batalha travada nas linhas.

Eu quero ser artista. Quero ser poeta.
Não quero mais tentar entender coisa alguma,
quero deixá-las que se falem por si.
Que se deixem apresentar.
Quero ver além dos meus olhos. Transver
o mundo, em idiomanuelês. Sou uma tola.

A máquina fotográfica é
a desculpa com que o fotógrafo,
se permite lentiar o tempo e
contemplar um momento.

O fotógrafo tem o controle do tempo do mundo. Quando ele finalmente clica a foto,
...então a vida pode voltar a correr em sua pressa.

Sou uma preguiçosa - fato.
Por isso contemplo e devaneio. Sou vadia.
Recuso-me a não resistir, só por força de
oposição, só por tentar uma outra coisa e
uma possibilidade a mais.
Sou do contra à favor
a criatividade, pelo 'o quê mais pode ser'.

Sou uma pessoa bipolar. Tenho picos de criatividade e quedas de produtividade que se alternam. Tenho crises e questões que ora me conduzem ao movimento, ora me prostam numa ausência de vontade de acordar.
Quero e não quero no mesmo dia e hora. Mudo de idéias mais uma vez. Faço e desfaço. Revejo e mantenho descaso. Não me decido.

 

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