quarta-feira, 10 de novembro de 2010

As pessoas são uns pedacinhos de histórias, uns fragmentos, tão inacabados que a gente vai se refazendo numa bricolagem que é a própria vida. Nossos mal entendidos tão desentendidos, nossos sentidos afetados e às vezes esquecidos, nunca apagados. Somos os nossos próprios nós na garganta e passamos caminhantes como quem vacila, entre o esperançar do próximo passo e os resquícios mal resolvidos de antes, de agora, de ser o próprio ser, em si, mal formado, sem acabamento final. Vai ver é por isso que um dia esquecemos, vez por outra, de perguntar quem somos. Que num determinado ano, depois de crianças, deixamos de perguntar o que nos encabula, as perguntas que não podemos responder... As pessoas são mosaicos. E numa empadaria, eu vi um tão lindo, entre vários, mas estava ali, brilhante, discretamente se haviam duas pessoas, de frente uma a outra, em mosaico do ser que não se é. As pessoas são de cores estranhas, ora sujas, ora cintilantes. Mas são sempre de bricolar. Cola e papel, dá pra fazer um mundo com materiais de pré-escola...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Leve

DonaZica

Composição: Iara Rennó e Alice Ruiz
viver ou morrer
é o de menos
a vida inteira pode ser
qualquer momento
ser feliz ou não
questão de talento

Leve a semente vai
onde o vento leva
gente pesa
por mais que invente
só vai onde pisa


Dói. E faz pensar que arranhar a carne com a unha, até sangrar, não é assim tão mal. Não pode ser. Nem parece tão doentio imaginar outras dores na pele. As maiores dores não se toca. A gente sente e procura onde está. Num nó na garganta ou no peito. Ou um buraco no estômago. Uma naúsea que para de leve na garganta... só pra incomodar. Dói. Mas não consigo chorar... um dia passa... tem de esperar. Tem sempre de esperar...
 

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