sábado, 20 de outubro de 2012



Uns dias, acordava apaixonada. Noutros, cansava. Mas a delícia de se misturar nos despudores, suores e nos sabores permanecia sempre intenso, sempre quente, sempre instante – tanto era que as tentativas de findar aquela salada de mensagens subliminares, jogos de poder e erotismo foram tantas, mas tantas... que se perdiam em número igual nas desistência, toda vez, toda última vez que se encontravam. Tensos, se embriagavam perdendo os sentidos em cada nova madrugada, tarde ou manhã.
Uns dias, acordava apaixonada. Noutros, nem tanto. E este círculo se repetia infindamente ao passar dos meses – fez-se ano. As esperas se dilataram, a atração se comprimia e se derramava, intensa, toda, de uma só vez quando, ainda insistentes, se permaneciam um no outro ainda algumas horas, madrugadas, tardes ou manhãs.
Num dia sem qualquer importância, a madrugada, a mesma intensidade... e acariciaram-se como antes não haviam – nesta hora soube, tão certo que era, ela soube: estava diante de um fim. Seria despedida? Sabia apenas que nada seria igual. Não havia sexo naquela manhã. Havia o abraço. Havia o afago. Houve o cuidado, carinhoso. A partir dali estava certo, ou seriam de fato, sérios, ou não teriam nem mais graça.

Sábado, 20 de outubro de 2012.
 

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