domingo, 12 de agosto de 2012

          A gente se acostuma com a sujeira no chão branco, encardindo, e nem percebe. E acredita que passar a vassoura vezINquando basta, varrer basta. E a sujeita vai acumulando no chão, encardindo. E o pó vai acumulando nas prateleiras, na estante, nos cantos onde a vassoura não alcança.
          QuandoINvez, uma fresta qualquer de luz entra pela única janela da casa, do cômodo e ilumina um risco no chão do pequeno espaço. 
          O chão amarelado pede água, a alma iluminada de relance pelo mesmo raio de luz tímido olha em volta, percebe o entorno: 1 estante de livros/armário de cozinha, meia dúzia de copos horrorosos ganhos de sua mãe, o botijão de gás que lhe trouxe seu pai, 1 mesa que se abre e quase duplica de tamanho, comprada nos móveis usados na conselheiro furtado, 2 cadeiras também da conselheiro furtado, uma em madeira e estofado encardido e antigo, tracejado, uma em ferro pintado de branco com estofado vermelho-estiloso, sem encosto, é uma banqueta, os dois pinduricalhos feitos à mão hipercoloridos e hippies pendurados na parede, papéis e mais papéis e ainda mais papéis, livros e revistas e o conjunto de xícaras de café que ganhou do amigo querido pra casa nova, o puff-sofá pro lugar ficar mais aconchegante pros amigos, pra receber as visitas... quanta coisa pequena e bonita... parecia tão distante, tão difícil... é pequenamente meu, agora. 
          Levanta, pega um balde d'água feliz, com a alegria de quem encontrou um cantinho de cuidado pra si.

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