domingo, 13 de setembro de 2009

Hola mi amigo,

Entonces, por estas horas, estive pensando de[s] gostos. E das descobertas que se irrompem, das palavras que saboreiam. E lembra-me tanto descobertas, dos descobridos que eu fazia. Uma poesia perdida em algum lugar, num possível que não veio a ser... puro devir. Este dia, très belle, alguém toca sax no meu telhado, enquando leio poesia. Logo depois que se foi... você. Ficou um gosto de gosto, de saborear. De dias assim: quero me perder neste dia, pra que ele não se perca de mim. Me acabar nele pra que ele não acabe. Firulas e tonterias... borboletear! E das literaturas e poesias... clube do livro! Resolvi dividir. Quis te mandar uma carta, mas não tenho seu endereço. Tenho ainda este gosto por toques [e uma caixinha de cartas sobre meu guarda-roupa]. Quis dividir, quis também trocar. Que quer você? Faz saudades onde moro!
A dúvida foi escolher qual enviar...


A morte não existe (John McCreery)

Não existe a morte. Os astros se vão
Para surgirem em outras terras e
Sempre brilhando no diadema celeste,
Espalham seu fulgor incessantemente.

Não existe a morte. O chão que pisamos
Converter-se-á pelas chuvas estivais,
Em grãos dourados; em doces frutos;
Em flores que luzem suas policromias.

Não existe a morte. Embora lamentemos
Quando o corpo denso de seres queridos
Que aprendemos a amar, sejam levados
De nossos amorosos braços, agora vazios.

Eles não morreram. Apenas partiram,
Rompendo a névoa que nos cega aqui;
Para nova vida, mais ampla, mais livre,
De esferas serenas, de brilhante Luz.

Embora invisíveis aos nossos olhos;
Continuam nos amando. Estão connosco.
Nunca esquecem os seres queridos,
Que pelo mundo, atrás deixaram.

Não existe a morte. As folhas do bosque
Convertem em vida o ar invisível;
As rochas se desintegram para alimentar
O faminto musgo que nelas se agarrou.

Não existe a morte. As folhas caem;
As flores murcham e desaparecem;
Esperam apenas durante as horas hibernais
O retorno do suave alento da Primavera.

Embora com o coração despedaçado,
Coberto com as negras vestes de luto,
Levemos seus restos à obscura morada
E digamos que eles morreram.

Apenas despiram suas vestes de barro,
Para revestirem com trajes cintilantes.
Não foram para longe, não nos deixaram;
Não se perderam; nem mesmo partiram.

Por vezes sentimos na fronte febril,
Suave carícia ou balsâmico alento;
É que nosso espírito ainda os vê,
E nosso coração se conforta e tranquiliza.

Sempre juntos a nós, embora invisíveis,
Continuam esses queridos espíritos imortais;
Pois, em todo o infinito Universo de Deus,
Só existe Vida - NÃO EXISTE MORTE.

___________

[Penso que se vale na ausência. Na presença de uma ausência. Vale na saudade!]

1 bj, com o borboletear amarelo voando aos versos...


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