Não faz sentido mas todo mundo vê.

Só o violoncelo sabe o que é a delicadeza. A própria morte em suas cordas.
Como faz bem a escuridão ressoar.
Dezenas de pessoas ouvem a mesma peça de Piazzolla. E ninguém sabe que ela está ali. Ninguém sabe deste expresso em arte, pulsão em versos que escrivinha.
Esta cabeça baixa que não pede olhos, este olhar mirante que deixa as letras turvas e quase enigmáticas.
Ninguém soube. Imóveis, alguém viu.
* ao som de Guerra Peixe e Piazzola, CCSP, 13/03/12, 20h.