quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quando eles acordam a noite, ainda que esteja sol? Quem me leva os meus fantasmas...
Quando insistindo em levantar as orelhas, apinar bem o órgão que escuta, aquele dentro, perto do interno do corpo, ali. Eles conversam entre si. E como que sorridentes, criam fábulas para explicar meus delírios. Tão sóbreos os meus demônios. Que as vezes até os dúvido - é coisa da cabeça, não vale dar fé!
Outro dia mesmo, achei que haviam partido, tão silenciados que estavam. Dormiam, pois o sol reluzia tão quente que a preguiça das tardes bateu neles também. Mas eu ainda sentia se espregiçarem, se esticando por todo o que sou, por tudo o que é mim. Assim é que os soube ali. Remexiam-se tão lentamente, tão vagarozamente, que tantas vezes me lembravam um feto. A criança gestava em mim. Preservando a saúde - a minha e a deles -, cuidava para não perturbá-los nestes momentos. Mas a tarde já se ia. E na tarde seguinte, o sol a pino retornava e novamente eles se punham a se espreguiçar. Com cautela, tão devagar quanto já não conseguia, me coloquei aos passos va-ga-ro-za-men-te-ca-mi-nhan-te, até o bar mais próximo. Demônios meus, vamos nos refrescar.

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